Foto: Sou Agro

“Quem nasce no agro permanece”, diz produtora que precisou tomar frente da propriedade depois da morte do pai

Débora Damasceno
Débora Damasceno

#souagro| Neste mês da mulher, escolhemos elas, para publicar uma série especial, afinal, o público feminino tem ganhado cada vez mais espaço no agro. Exemplo disso está dentro do Sindicato Rural de Cascavel, onde há uma Comissão Feminina que é exemplo para o Paraná e para o Brasil, tanto em organização quanto em participação das mulheres.

E é dentro deste grupo que elas buscam se aperfeiçoar por meio de cursos do Senar, para levar ainda mais conhecimento para dentro das propriedades. As histórias dessas mulheres foram usadas como exemplo para caravanas de todo Estado durante o Show Rural 2023 e agora serão apresentadas como incentivo para todo público feminino que está ou quer ingressar no agronegócio.

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Lucia Shoffer Biazi é nossa última história deste mês, usada como exemplo de como às mulheres fazem toda diferença no trabalho rural. Viúva, com 61 anos e dois filhos e três netos. Nasceu na propriedade rural chegou a ir para a cidade, mas acabou voltando para às raízes, onde se encontrou novamente.

“Meu pai tinha propriedade, então, desde criança tinha que trabalhar. Então a gente já ajudava em tudo desde pequeno. Fomos crescendo, trabalhando, aí, quando eu casei, eu saí do Agro, fui trabalhar com o marido que tinha uma empresa e daí depois fiquei cinco anos casada e ele faleceu. Aí eu fiquei com o filho de quatro anos e estava grávida da minha filha e daí voltei para o sítio. Fiquei um ano e voltei para trabalhar de funcionária pública, dei aula e daí. Mas meu pai faleceu há 13 anos, eu recebi minha parte da herança e aí eu comecei na propriedade”, conta.

 

Foi em um dos cursos do Senar que Lucia virou a chave para empreender no agro.

“Na época, eu estava fazendo um curso de liderança rural. Então vieram visitar a minha propriedade e aí ver as oportunidades que tinha. Só que na época ainda não tinha condições de fazer nada, porque o que eu ganhava era pouco. Só dava para manter minha família, meus filhos e na época eu estudava também. Depois parei de estudar e daí voltei para o campo. Meu filho trabalhava em Cascavel. Eu, sozinha, não conseguia fazer nada. Então ele voltou para cá a gente começou com a horta orgânica. Eu fazia feira, vendia para merenda escolar e assim foi. Sempre fiz cursos, sempre estou fazendo”, detalha Lucia.

 

A busca pelo conhecimento é fundamental para iniciar algo na propriedade. Lucia conta que foi por meio do que aprendeu que tudo fez mais sentido.

“Aí eu estava fazendo o curso de turismo rural e eu vi a oportunidade de fazer e montar aqui na minha propriedade e isso traz muito conhecimento para a gente, muito conhecimento. Então você vai fazer o negócio e você tem noção do que você vai fazer. Se você vai fazer sem nenhum conhecimento, é mais difícil. Eu acho assim que é uma coisa muito boa para a gente. Não é só trabalhar, você tem que procurar conhecimento. Você tem que se socializar também com as pessoas, né? Eu acho que esses cursos traz isso para a gente. Eu tenho orgulho de fazer parte do agro da comissão feminina, que faz parte também, que são todas do agro”, contou.

Para finalizar, Lucia tem orgulho em dizer que faz parte do agro, que isso está no sangue e mesmo tendo deixado a propriedade por muitos anos, nada mudou e hoje é recompensador estar no agronegócio.

“Me sinto muito orgulhosa de estar participando, de estar contribuindo, desenvolvendo esse trabalho com os peixes, com o turismo, com a horta para colaborar com a alimentação. Então, é muito importante a gente sempre estar participando disso. Quem nasce no Agro permanece e permanece, que é uma coisa que é raiz. A gente gosta e a gente trabalha lá, mas sempre pensando no agro”, finaliza Lucia.

 

Relembre todas as histórias do mês da mulher:

 

(Débora Damasceno/Sou Agro)

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