Plano safra: 30% dos recursos destinados às cooperativas vêm para o Paraná

Tatiane Bertolino
Tatiane Bertolino

Cerca de 30% dos recursos do Plano do Safra destinados às cooperativas vêm para o Paraná. A informação foi dada pelo economista e analista de desenvolvimento da Ocepar Salatiel Turra.

Em entrevista ao Portal Sou Agro, ele falou sobre a proposta de R$ 400 bilhões encaminhada para o próximo Plano Safra.

“O objetivo deste pedido é facilitar a subsistência na propriedade rural. Nós, a Faep, a Secretaria Estadual de Agricultura e outras instituições solicitamos este montante de R$ 400,3 bilhões para o Plano Safra 2023/2024, o que significa 18% a mais que os R$ 340 bilhões disponibilizados neste último que ainda está em vigor”, afirmou.

O montante a mais foi pedido por conta dos custos de produção que aumentaram. A taxa de juros também está mais alta e o produtor rural precisa de mais dinheiro para comprar a mesma quantidade de insumos. “O juro está maior, custo de produção é maior e apesar do alto valor das commodities, isso não significa que o produtor está ganhando mais ou mudou o enquadramento de renda”, explicou.

Apesar das inseguranças com a mudança de governo, com o clima que não tem colaborado principalmente na região Sul do país e com os juros em alta, a procura pelo crédito segue em alta. “Dos R$ 340 bi do último plano, R$ 226 bi já foram usados, ou seja, 66%. Os produtores paranaenses são os que mais captam recursos. Do que é disponibilizado às cooperativas em abrangência nacional, por exemplo, 30% vêm para as cooperativas do Paraná. A região tem muita força, apesar das dificuldades”, resumiu.

Confira a entrevista completa AQUI.

Segurança para o plantio

E falando em segurança, durante a entrevista Salatiel explicou em que pé está o pedido do estado para ampliar o prazo de plantio do milho safrinha. O Zarc tinha como prazo final dia 28 de fevereiro, ou seja, nesta terça-feira. “Pedimos ao governo para prorrogar isso, mas a princípio não tivemos respostas. Estamos em negociação ainda também com a Embrapa e com o Banco Central. O produtor não deve arriscar o plantio depois do prazo e isso deve fazer com que o Paraná tenha perda em produção do milho safrinha. Cada dia que passa é um dia a menos que o produtor tem”, lamentou.

A questão é que fora do prazo de zoneamento, quem plantar e tiver o milho safrinha atingido por geada ou outras adversidades do tempo, não terá acesso a seguros e a garantias federais. Só que o plantio do milho safrinha no estado está todo atrasado, por que a soja ainda não foi colhida totalmente.

“De qualquer forma, podemos ter a nossa produção de milho safrinha alterada. É que sem esse novo prazo, dificilmente quem não plantou vai se arriscar. Vamos fazer um novo levantamento na semana que vem, mas a previsão inicial de produção de milho safrinha no Paraná é de 15,4 milhões de toneladas, 16% maior que o ano passado”, alertou o chefe do Deral Paraná, Marcelo Garrido.

Sobre o que foi sugerido para o próximo Plano Safra

O documento apresenta em detalhes o que as entidades representantes dos produtores paranaenses acreditam que seja adequado para promover o reequilíbrio de recursos destinados a custeio, investimentos e comercialização. O objetivo é que cada uma das linhas do Plano Safra 2023/24 não tenha os recursos precocemente esgotados, o que forçaria os produtores rurais, particularmente os familiares, a aplicarem verbas próprias, comprometendo suas rendas e a oferta de alimentos.

Com o intuito de preservar a capacidade de os produtores honrarem todos os compromissos, diante da alta expressiva dos custos de produção, o documento propõe redução em torno de 9% das taxas de juros praticadas no atual ciclo. Também é solicitada a não indexação das taxas a nenhum programa de crédito rural.

O documento propõe, entre outros itens, que os R$ 400,3 bilhões sejam divididos em R$ 292 bilhões para custeio e comercialização da safra brasileira, dos quais R$ 37 bilhões para o Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf), R$ 45 bilhões para o Programa Nacional de Apoio ao Médio Produtor Rural (Pronamp) e R$ 210 bilhões para os demais produtores.

Com informações da AEN

(Tatiane Bertolino/Sou Agro)

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