Pesquisa em área experimental identifica que lúpulo é produção promissora no Paraná

Tatiane Bertolino
Tatiane Bertolino

O lúpulo é uma planta nativa da Europa e quase não é encontrado no Brasil. É conhecido por ser usado na produção de cerveja e responsável pelo amargor da bebida. Aos poucos, a planta, que dá uma flor bem pequena, ganha espaço no mercado do agro.

E claro que o Oeste do Paraná não poderia ficar de fora disso. Aqui na região, em Palotina, foi criada uma área experimental na UFPR (Universidade Federal do Paraná), em 2019. São 5 mil metros quadrados de área experimental, com oito a nove variedades de lúpulo em caráter de pesquisa, para colheita de mais ou menos 3.500 quilos de produto fresco.

Foi o interesse do professor Alessandro Sato pela planta que fez com que ela tomasse conta do espaço, já que a espécie não está na grade curricular do curso de Agronomia, mas se tornou uma oportunidade para que os acadêmicos tivessem uma experiência nova.

“O lúpulo é uma planta nova no Brasil. O cultivo começou em 2015/2016. É uma trepadeira que chega a seis metros de altura e precisa ser conduzida e podada para produzir, com suplementação luminosa para produção”, explica o coordenador da área experimental, professor Alessandro Sato.

Para que uma planta chegue a seis metros, são mais ou menos 60dias. Depois disso, é preciso esperar que o cone floresça e esteja pronto para fazer a colheita. Pelo menos 95% da planta usada no Brasil são importados. Mas as pesquisas mostraram que o Paraná tem o solo fértil e clima bom para o cultivo.

“Depois da separação dos galhos, cone por cone passam por um processo de secagem por aproximadamente 24 horas, até chegar à análise química. É neste processo que se identifica o amargor para fabricação da cerveja”, comenta Sato.

Na área experimental, também é feita uma análise sobre os insetos que interagem na cultura. “Ao longo do cultivo, nós observamos quais insetos podem causar danos ao cultivo do lúpulo e quais podem ser benéficos ou que são passageiros e não trazem prejuízo. Isso é uma ferramenta importante para o produtor rural ter melhor estratégia de manejo”, complementa o professor Fernando Leivas.

O trabalho rendeu uma parceria com a Universidade Estadual de Londrina e a Ambev, maior empresa no segmento de cervejas.

“Nós desenvolvemos projetos de pesquisa com demandas para desenvolvimento da cadeia produtiva do lúpulo, testamos a adaptabilidade de cultivares para o Oeste do Paraná e avaliamos desde o desenvolvimento vegetativo das plantas até a parte de processamento e armazenamento pós-colheita. Conseguimos identificar que o lúpulo é um cultivo promissor para nossa região”, resume a aluna de mestrado Natalia Leles.

Confira a reportagem completa AQUI.

(Tatiane Bertolino/Sou Agro)

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