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Frango: ABPA rebate África do Sul sobre dumping

Vandre Dubiela
Vandre Dubiela
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#souagro | Em repercussão ao adido do USDA (Departamento de Agricultores dos Estados Unidos) em Pretória, informando sobre a medida da África do Sul de impor tarifas antidumping em produtos brasileiros, em especial o frango exportado com osso, e mais quatro países, o Portal Sou Agro manteve contato nesta segunda-feira com a ABPA (Associação Brasileira de Proteína Animal), que reagiu com indignação à acusação de que o Brasil comete dumping (prática de colocar à venda produtos de valor inferior ao praticado no mercado, com o propósito de comercializar excedentes ou se favorecer diante da concorrência).

A tarifa sobre a carne de frango passa a ser de 265% e, mesmo que provisória, ficará em vigor até junho. Antes disso, o imposto sobre o produto era de 62%. A África do Sul impôs as tarifas antidumping também da Dinamarca, Irlanda, Polônia e Espanha. O Brasil, segundo maior exportador de frango para a África do Sul, responde por 18% dos embarques, mesmo percentual da Irlanda e atrás dos Estados Unidos, com 39%.

No segundo semestre do ano passado, a mesma medida já havia sido tomada pela África do Sul na Holanda, Alemanha e Reino Unido. Em dezembro de 2021, a Comissão Sul-Africana de Administração de Comércio Internacional afirmou ter indícios da prática de dumping no frango importado do Brasil, Dinamarca, Irlanda, Polônia e Espanha. Nos últimos três anos, a queda da importações de frango sul-africanas caíram 63%.

 

 

Em nota, a ABPA refuta as acusações de que o Brasil é adepto à prática do dumping. Confira a nota na íntegra:

 

A Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) refuta a acusação que determinou medidas provisórias pela autoridade de comércio exterior da África do Sul (ITAC), referentes à investigação antidumping movida contra os exportadores de carne de frango. Conforme já comprovado por diversas vezes, os exportadores brasileiros não praticam dumping na África do Sul, tampouco nos mais de 140 países para os quais exporta e auxilia na segurança alimentar. A investigação, iniciada em fevereiro de 2021, engloba as exportações provenientes do Brasil, Irlanda, Espanha, Polônia e Dinamarca, e impõe por seis meses tarifas adicionais às já elevadas taxas de importação de carne de frango da África do Sul.

O governo brasileiro, a ABPA e as empresas exportadoras se manifestaram formalmente nos autos do processo no último dia 17 de janeiro e, neste momento, se está avaliando a estratégia a ser seguida a partir de agora. Esta é a segunda vez que a África do Sul impõe medidas protecionistas contra as exportações brasileiras de carne de frango. Em 2011, o mesmo artifício foi usado contra os embarques brasileiros. Em resposta, o Brasil moveu consultas bilaterais no âmbito da Organização Mundial do Comércio (OMC), que confirmou a ausência de dumping, impondo revés à investigação original sul-africana. Frente à reiterada imposição de barreiras protecionistas, o Brasil, novamente, tomará todas as medidas cabíveis nos foros locais e globais. Ao mesmo tempo, diante da longa e sólida relação comercial entre Brasil e África do Sul, a ABPA espera que as autoridades sul-africanas possam rever a decisão que impacta, diretamente, os consumidores daquele país em um momento difícil para a segurança alimentar global, em plena pandemia.

(Vandré Dubiela/Sou Agro)

(Vandre Dubiela/Sou Agro)

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