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Estiagem: seguradoras vão dar conta de indenizações?

Vandre Dubiela
Vandre Dubiela
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#souagro | A seca não tem tirado o sono apenas dos produtores de grãos do Paraná e dos estados da região. Levantamento recente mostra que pelo menos metade das áreas seguradas no sul do Brasil acionaram o seguro. E a pergunta que não quer calar é a seguinte: as seguradoras teriam fôlego financeiro para cobrir com indenizações todo esse rombo provocado pelas intempéries climáticas?

O engenheiro agrônomo Carlos Somacal, da Agri Seg, de Toledo, explica que cada seguradora tem o seu próprio re-seguro. Quanto à questão desses pegamentos, ele não vê risco porque quem faz o re-seguro no Brasil é o mesmo que faz nos Estados Unidos, na Europa ou em outros países. “Então assim, eu não vejo receio disso. Pode sim, ter uma certa morosidade, a exemplo do que ocorreu com algumas seguradoras no inverno, pelo que sei extraoficialmente”, pontua.

O fator preocupante, conforme Somacal, é a sequência. “Pois existem seguradores que fizeram um preço mais atrativo. Taxas mais baixas, garantias maiores e com isso, a sequência de contratações para o futuro pode ser afetada. É o que está acontecendo agora com o milho safrinha”, diz o engenheiro agrônomo. Há seguradores um pouco mais nova, com menos experiência no mercado, mais agressiva, que agora não está conseguindo renovar as contratações. “Diante disso, estamos vivendo uma pressão muito grande, por conta de muitas seguradoras que deixaram o mercado e com isso, aumentando a procura dos produtores pelas ainda existentes, só que não conseguimos fazer muito além daquilo que vínhamos fazendo, por essa questão de sinistralidade”.

O balanço do seguro rural em 2021 ainda não está finalizado, mas alguns números já são estimados pelo Ministério da Agricultura. O valor recorde de subvenção beneficiou mais de 121 mil produtores, gerando 217 mil apólices. De acordo com o Mapa, cerca de 20% da área agrícola do país foi assegurada, o equivalente a mais de 14 milhões de hectares.

 

 

As culturas e atividades que mais se destacaram em crescimento com relação a 2020 foram a pecuária, 109% de alta, o café, 40% a mais, e as florestas, com 22% de aumento. Outro recorde foi o total das indenizações: de janeiro a novembro do ano passado, foram R$ 4 bilhões.

(Vandré Dubiela/Sou Agro)

(Vandre Dubiela/Sou Agro)

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