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Estiagem causa desespero em produtores de peixes

Débora Damasceno
Débora Damasceno
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#souagro| A seca afeta o agronegócio diretamente. Muito falamos sobre as perdas nas produções de grãos, mas há outros setores que também tem sentido os reflexos negativos, um deles é a piscicultura. Edmilson Zabotti é produtor de peixes em Palotina e presidente da Comissão de Aquicultura da Faep, ele relata que as dificuldades são muitas.

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As consequências desta crise hídrica e esse calor intenso afetam muito a produção de tilápias. Uma das principais dificuldades segundo Zabotti é o manejo da alimentação: “Nós temos que
reduzir praticamente pela metade a alimentação, porque a temperatura que se encontra acima de 30°C na lâmina d’água dos açudes não permite que o peixe possa se alimentar e
transformar essa ração em proteína animal.”

O excesso de calor, também dificulta a renovação da água nos tanques de peixes: “Com essa temperatura precisaria que a gente renovasse o máximo possível dessa água no tanque para que a gente pudesse baixar essa temperatura. Como não é possível, aí vem o trabalho dos aeradores para melhorar a oxigenação e também pra fazer a mistura da água que se encontra mais fria no fundo com a água quente da superfície”, explica Zabotti.

 

Aumento do gasto com energia elétrica

O uso constante dos aeradores tem como consequência contas mais altas de energia elétrica, o que aumenta ainda mais o custo de produção: “Energia extremamente cara que praticamente vem inviabilizando a produção. Por outro lado nós temos que manter a aeração desses dessa desses equipamentos ligados durante o dia e durante a noite”, detalha  Zabotti.

 

Dificuldade no ganho de peso dos peixes

Com a diminuição de praticamente metade da alimentação dos peixes surge outro problema que é com a fase de engorda das tilápias: “Também com esse calor intenso e com essa temperatura da água, nós temos que em período que normalmente a gente aumenta o trato, porque é no período do verão que a gente consegue fazer com que a tilápia ganhe mais peso diário, nós tivemos que cortar praticamente 50% da ração para que a gente não mate esse animal por asfixia, por falta de oxigênio e por causa da temperatura”, diz Zabotti.

 

Perdas de todos os lados

O setor da produção de peixes está sofrendo muito com a falta de chuvas, são tantas dificuldades que os produtores afirmam que as perdas vem de todos os lados inviabilizando o cultivo em muitas propriedades: “Nós estamos perdendo  no ganho de peso diário e perdendo muito no alto consumo de energia elétrica. Por quê? Temos que manter todo o sistema da aeração ligada. No meu caso com peixes de tamanho pequeno ainda pouco tempo de alojados, você consegue administrar um pouco o uso desses aeradores. Mas em em pisciculturas onde o peixe já está em fase final de engorda que necessita de muita aeração, o gasto tem sido extremamente forte e que vem com certeza inviabilizar muitas propriedades com relação ao alto consumo de energia elétrica e também a perda de peso por você não poder tratar o animal conforme deveria nesse período do ano. Por isso essa crise hídrica e esse calor intenso que nós estamos vivendo também é extremamente prejudicial para a produção de peixes. Infelizmente mais uma consequência grave em função desse clima que nós estamos passando nesse momento. Então não é só a cadeia de grãos que está que sofrendo, mas também o leite, o frango e o suíno. Todas essas cadeias produtivas sofrem absurdamente com essa crise hídrica e com esse calor extremamente forte que faz hoje e nos outros dias na região oeste do Paraná”, finaliza Edmilson Zabotti.

 

(Débora Damasceno/ Sou Agro)

 

(Débora Damasceno/Sou Agro)

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